É multitasking, desorganização ou manejo da desatenção?

Eu Admito

Tudo começou com uma foto da minha mesa do escritório. Numa das telas, estava um vídeo do meu jogo favorito; na outra, a página deste blog, com o Smeagol no meio, e o pacote de batata palha, já que almocei na minha mesa. O engraçado foi perceber esses elementos interagindo.

No momento da foto, estava no meu intervalo, mas queria voltar a trabalhar na edição do meu site e em outras ideias de divulgação. Ao ver como estava minha mesa, não é surpreendente que não tenha retornado ao trabalho. Fiquei entretida com o vídeo e com a fofura do Smeagol.

Não vou rotular isso como um erro, afirmando que deveria ter limpado a mesa para recuperar o foco. A reflexão que quero trazer é que, antes do diagnóstico do TDAH, essa situação teria gerado uma grande autocrítica. Os "goblins" das normas sociais teriam vindo, me criticando como um fracasso e preguiçosa por não voltar ao trabalho.

Hoje, minha visão é diferente. Não estou ignorando as coisas que realmente preciso fazer, mas não gastar energia gerenciando sentimentos negativos libera espaço para algo mais eficiente. Hoje é um dia com temperaturas elevadas, sofro muito no calor, e, somando o transtorno disfórico pré-menstrual ativo, mudança na medicação, e estar sem outra, a simplicidade da minha mesa é uma grande vitória.

Achei engraçado que todos esses elementos estavam ali, mas não estava fazendo multitarefa; estava lidando com minhas dificuldades uma de cada vez. É difícil admitir, vem o sentimento de não ser "normal". Mas entendo que realmente não é o normal reagir ou entender esse comportamento dessa maneira. Contudo, é vendo assim que consigo dar mais um passo para alcançar meus objetivos. Já usei muito o dito "normal", e não funcionou, não foram consistentes, não deram resultados. Me deram ansiedade, pioraram a procrastinação e autoestima.

Fazendo uma ligação direta com o Janeiro Branco (mês que falamos mais ativamente sobre ter e fazer coisas para a saúde mental) e minha a resolução para 2024, que tem em sua essência admitir quem sou (no caso minhas forças e minhas fraquezas): EU ADMITO, o normal não funciona para mim.

Agradeço pela atenção de quem leu e fez sentido deste texto

Bruna Gazola

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Perda e TDAH